Todos os dias quando eu acordo me permito ter, pelo menos, em torno de mais 10 minutos deitado.

Ainda dopado pelo sono olho para o teto e reflito, filosofo e me pergunto por que a vida é tão chata. Não sendo mal agradecido, mas eu trocaria de vida com algum ricão, que por ventura, fosse muito parecido comigo, como naqueles filmes clichês americanos onde sempre há um alguém pobre que se parece com um cara podre de rico, ou até mesmo um príncipe de algum país da África.

Eles trocam de vida por algum tempo e “desfrutam” do cotidiano um do outro. Por um só dia eu gostaria de poder desfrutar de algumas coisas que provavelmente nunca vou ter, como uma Ferrari, uma mesa de jantar para trinta pessoas ou quem sabe, até mesmo, um lança-criança, como aquele do Riquinho. Sei que o meu ciclo de amizade ia ser formado por interesses, e as mulheres se interessariam por mim só pelo meu dinheiro.

Mas pelo menos elas se interessariam.

Mas eu superaria esses males com uma bela tarde em minha piscina olímpica, junto ao meu pônei de estimação e um almoço com alguns daqueles pratos estranhos e vistosos com nomes difíceis de se pronunciar, daqueles agente só vê na TV a cabo.

Depois de um passeio de lancha em meu lago particular eu descansaria em um dos meus 4 quartos decorados com móveis e objetos de bronze. Deitaria em minha cama espaçosa e olharia para o teto, refletiria, filosofaria e me perguntaria por quê a minha vida é tão chata.Sentiria-me descontente e lembraria quão era boa a vida simples e stressante que tinha antes.

O fato é querer o que não tem, e achar que tem o que não quer. Um paradóxo.

Bom, vou ir agora por que estou atrasado para o meu trabalho. E já que a minha Ferrari está no concerto, vou de linha 14, que essa hora deve estar cheio.